Futebol feminino nos Andes, Cusco, Peru.

Futebol feminino nos Andes, Cusco, Peru. Mulheres corajosas que jogam a 4.000 metros de altura, mesmo que você não acredite.

Nos tempos modernos, o futebol é um esporte universal, praticado em todos os cantos do nosso planeta. Embora inicialmente, ele era um dos favoritos dos homens, ele foi gradualmente adotado por mulheres. Hoje há a Copa do Mundo Feminina da FIFA, o mais importante torneio internacional de futebol feminino do mundo. Há também competições de jovens, como a Copa do Mundo Feminina Sub-20 e a Copa do Mundo Feminina Sub-17, ambas organizadas pela FIFA.

A seleção feminina de futebol do Peru não está muito atrás, já participou da Copa América para alcançar uma cota para a Copa do Mundo. No mês de abril do ano de 2018, foi realizada a Copa América Femenina 2018 Chile. Campeão Brasil e vice-campeão O Chile se classificou diretamente para a França em 2019. A Argentina terminou em terceiro lugar e venceu sua passagem para a Copa do Mundo depois de vencer o Panamá, quarto da CONCACAF.

Nos Andes, a cem quilômetros de Cuzco, em Churubamba, eles celebram safras, nascimentos e festas com partidas de futebol há anos. As mulheres jogam como verdadeiros profissionais, sem botas ou treinador, e ganham títulos. Churubamba é um lugar distante a 4.000 metros acima do nível do mar, onde os picos da cordilheira dos Andes circundam uma planície muito verde. A paisagem da vila parece a imitação natural de um grande estádio de futebol. Neste local existem apenas 60 casas de barro com telhados de colmo e uma escola.

Benedicta Mamani pega uma bola de sua cozinha e embora ele manque, porque ele foi ferido no dia anterior durante a atividade de pastoreio. Ela usa banana-da-terra, uma planta analgésica que cresce em seu jardim de cabana, porque ela não quer perder a partida de treinamento. Mamani é a frente e capitão do time de futebol de sua aldeia. Ele tem 40 anos. Hoje você viu um terno feito por ela, assim como as outras mulheres de Churubamba, uma cidade cujo time de futebol feminino venceu as Olimpíadas na província de Andahuaylillas cinco vezes.

Benedita usa quatro conjuntos de saias coloridas, uma blusa branca, uma jaqueta de lã de alpaca e um chapéu chato ou quadrado, de abas largas, bordado com fios coloridos e pontilhados de lantejoulas. Os jogadores não usam chinelos porque seus pés são tão grossos que só podem usar chinelos (calçados andinos tradicionais). Este é o vestido oficial para jogar futebol, as roupas que eles usam todos os dias. As mulheres se encontram para discutir questões da comunidade e jogar um jogo de futebol.

A história começa em 1982, o ano da Copa do Mundo na Espanha. Os habitantes de Churubamba ouviram as notícias através de seus rádios; alguns desceram da montanha para espionar os jogos de TV nas cidades vizinhas. Depois do campeonato, na praça da cidade colocaram arcos de madeira, apoiados pelos sacerdotes da igreja de Andahuaylillas, que viam no futebol um meio de reduzir alguns problemas da aldeia, como o alcoolismo. Em 1999, a Igreja Católica na área organizou um campeonato esportivo onde todas as aldeias camponesas e bairros de Andahuaylillas deveriam participar. O prêmio para os vencedores: pães com queijo e algumas laranjas; para os perdedores, o mesmo. Parece nada, para eles é muito.

A rede de televisão franco-alemã ARTE T.V. Apresentou um filme sobre as mulheres andinas de futebol de Churubamba, Cuzco, Peru, dirigido por Carmen Butta, da Itália, e a tradução do quíchua pelo Dr. Alfredo Alberdi. O futebol praticado por mulheres quéchuas mostra a beleza do esporte, a cor da natureza e seus habitantes; também a alegria, a amizade e a possibilidade de eliminar as penalidades pela extrema pobreza de suas terras e por seus encargos familiares avassaladores.

O fotógrafo peruano Daniel Silva Yoshisato, da Agence France Press, que venceu o concurso World Press Photo de 2005, também capta o amor de Churubamba pelo futebol feminino.

O futebol feminino também pode ser visto em outros lugares do Peru. As imagens do campeonato na feira de Hualahoyo, distrito de El Tambo em Huancayo, região de Junín, fazem lembrar os jogadores de futebol de Churubamba, Cusco.